A partir de 30 de maio, a Casa Firjan convida o público para a exposição Trabalhadores, de Sebastião Salgado. A mostra segue até 21 de setembro e apresenta um acervo de 149 fotografias que revelam diferentes realidades do trabalho ao redor do mundo, registradas entre 1986 e 1992. Com entrada gratuita, a exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h30. O evento oferece ao público a oportunidade de mergulhar em um universo visual poderoso e reflexivo sobre o impacto do labor no desenvolvimento das sociedades e o papel das transformações tecnológicas nesse processo.
“Fomos surpreendidos e ficamos profundamente entristecidos com a notícia da morte de Sebastião Salgado. Estamos nos últimos preparativos para lançar a exposição ‘Trabalhadores’ aqui na Casa Firjan, no Rio, nesta próxima sexta (30). Originalmente, nosso objetivo era celebrar a genialidade de Salgado em vida, mas agora essa exposição ganha um significado ainda mais profundo: uma homenagem a esse grande homem, profissional e ativista que deixou um legado incomparável para a arte e para a consciência social. A exposição tem uma conexão profunda com a Casa Firjan, pois convida a uma reflexão sobre o futuro do trabalho, um tema muito importante e central nos nossos debates”, afirma Cris Alves, gerente geral de Desenvolvimento e Inovação Empresarial, da Firjan.
Serra Pelada – Brasil – Sebastião Salgado – Trabalhadores
O acervo
A arqueologia visual de Trabalhadores propõe um mergulho em contextos históricos e culturais, quase como uma escavação do passado por meio de registros visuais. A obra destaca ecos da Revolução Industrial, período em que a mão de obra humana, muitas vezes sem recursos tecnológicos, era fundamental para a sobrevivência e evolução das sociedades.
“A exposição provoca uma reflexão profunda sobre o significado do trabalho para nós na atualidade. Em um contexto de transformações rápidas, com o avanço das novas tecnologias e a evolução das formas de produção, Trabalhadores nos estimula a revisitar o passado, a fim de compreender as mudanças que estão moldando o presente e o futuro”, explicam Ana Dias, Camila Pinho e Gaya Lamin, especialistas do Núcleo de Exposições da Casa Firjan.
Pesca do Atum – Itália– Sebastião Salgado – Trabalhadores
A curadoria e o design de Lélia Wanick Salgado, que acompanhava o trabalho de Sebastião em diversas exposições, proporcionam uma visão profunda do que foi a era da produção manual. A mostra vai desde a realidade dos garimpeiros de Serra Pelada, no Brasil, até o dia a dia de pescadores de atum na Sicília, passando por trabalhadores nas plantações de cana no Brasil e na construção de barragens na Índia. Há também imagens impressionantes de minas de enxofre na Indonésia e de operários combatendo incêndios em poços de petróleo no Kuwait.
Carvão – Índia – Sebastião Salgado – Trabalhadores
“Eu tinha que prestar homenagem a esse trabalho que estava em meu coração, que era a razão de meu ativismo político e do que acreditava ser o mundo da produção”, chegou a declarar Sebastião Salgado sobre Trabalhadores.
A declaração resume bem o propósito da obra de Salgado acerca do entendimento do trabalho como fator de construção social e histórica. Cada uma dessas cenas traz uma história, e as fotografias de Salgado não apenas documentam esses momentos, mas os humanizam, mostrando a dignidade, a força e o protagonismo dos trabalhadores. Ao lado das imagens, textos com informações históricas e contextuais contribuem para que o visitante entenda o processo e a importância desses ofícios, que em muitos casos já estão desaparecendo.
Canal de Rajasthan – Índia – Sebastião Salgado – Trabalhadores
Sebastião Salgado
Nascido em 1944 em Aimorés, Minas Gerais, Sebastião vivia em Paris, na França, quando morreu nessa sexta (23), consequência de uma leucemia. Foi casado com Lélia Wanick Salgado, com quem teve dois filhos. Tinha dois netos. Economista por formação, começou sua carreira como fotógrafo profissional em 1973, em Paris. Trabalhou com agências de fotografia até 1994, quando fundou, com Lélia Wanick Salgado, Amazonas Images, exclusivamente dedicada ao seu trabalho.
Sebastião Salgado viajou em mais de 100 países com seus projetos fotográficos, que, além de inúmeras publicações na imprensa internacional, foram destaque em livros como Outras Américas, 1986; Sahel, l’homme en détresse, 1986; Sahel: el fin del camino, 1988; Um incerto estado de graça, 1995; Trabalhadores, 1993; Terra, 1997; Êxodos, 2000; África, 2007; Gênesis, 2013; Perfume de sonho, 2015; Kuwait, um deserto em chamas, 2016; Gold, mina de ouro Serra Pelada, 2019, e Amazônia, 2021.
Casa Firjan
É o centro de Inovação e Tendências da Federação das Indústrias do Rio. Novos comportamentos, novos valores, novas formas de consumo, novas tecnologias. Em um contexto de constante transformação, a Casa Firjan nasce em 2018 como um espaço de inovação conectado com o futuro e comprometido em entregar soluções para a Nova Economia.
Nossa atuação pode ser compreendida através de dois grandes pilares. O primeiro, radar de tendências, emite alertas e provoca a reflexão sobre temas e comportamentos que impactam negócios e profissões. O segundo, concentra esforços na geração de reflexão e diálogo com a sociedade, especialmente para o estado do Rio de Janeiro – uma forma de pensar em conjunto propostas e soluções para nossos grandes dilemas.
Além de um espaço físico, a Casa Firjan reverbera e amplifica on-line sua pujante produção de conteúdos, eventos, exposições, portfólio de cursos, capacitações e consultorias; adaptando-se às necessidades das empresas e da sociedade em diferentes canais.
Serviço
- Exposição: Trabalhadores – Fotografias de Sebastião Salgado
- Período: de 30 de maio a 21 de setembro de 2025
- Horário: das 9h às 18h30
- Local: Casa Firjan – Rua Guilhermina Guinle, 211, Botafogo, Rio de Janeiro
- Entrada: Gratuita