A história da bailarina Ingrid Silva, uma das mais renomadas artistas do balé contemporâneo mundial, é digna de celebração. E não só por sua importância enquanto artista, mas por seu ativismo latente, desde quando decidiu pintar as sapatilhas para fazer com que parecessem – de fato – a extensão dos próprios pés ao dançar. Sua vida, até o pioneiro reconhecimento profissional, não foi fácil. Nascida em Benfica, no subúrbio carioca, aos 37 anos Ingrid Silva ocupa hoje um dos maiores postos do mundo da dança clássica. Filha de uma empregada doméstica e de um funcionário aposentado da Força Aérea Brasileira, muito nova foi apresentada aos graciosos movimentos, a princípio com uma certa desconfiança. Nada porém que a curiosidade infantil não resolvesse… Em sua formação, teve como base o Pro jeto Dançando Para Não Dançar, uma ONG criada em 1995 no Morro da Mangueira, comprometida com o combate à exclusão social e a disseminação da cidadania e cultura da paz. Assim como ela, crianças moradoras de áreas populares cariocas têm facilitado o acesso à educação, à cultura, à saúde, e – em particular – à profissionalização, a partir do ensino do balé clássico.
