Sempre fui um repórter de muita sorte. Em 1982, ainda “foca”, um jargão aos jornalistas de começo de carreira, já tinha entrevistado o Rei Pelé, o piloto de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, o pintor das bandeirinhas, Alfredo Volpi, o cantor Ney Matogrosso e a apresentadora Hebe Camargo, ainda na redação da Contigo em São Paulo.
Quando fui transferido para a sucursal da revista no Rio, não imaginava que conseguiria entrevistar ícones da nossa história. Assim aconteceu com os saudosos cantores Tim Maia e Cazuza. Mas o que marcou muito a minha carreira foi o bate-papo com o escritor Paulo Coelho. Lembro muito bem como fui recebido pelo mago em seu apartamento de Copacabana, na Raimundo Correia, que ficava no subsolo. Era o lançamento do seu livro ‘Diário de um Mago’, em 1987. Por acaso, eu ainda não tinha lido o livro, mas tinha umas perguntas que a redação de São Paulo havia enviado. Mesmo assim, minha curiosidade em saber sobre tudo era latente e a conversa passou do tempo e na minha cabeça achei que tinha ganhado um amigo. E ganhei mesmo, afinal era a minha primeira entrevista de muitas que tive com ele.
