Não é de hoje que Milton Cunha é festejado pelos amantes do Carnaval. Há anos vem conquistando tudo e todos nesse setor, com bom humor, irreverência e, principalmente, conhecimento, tanto nos bastidores como – em particular – nas transmissões dos desfiles das escolas de samba pela TV. Este ano, o efeito “bafônico” do comentarista atingiu seu auge de popularidade: tornou-se praticamente um verbete no dicionário do samba, como sinônimo da própria alegria no Carnaval. Milton é dessas pessoas que vivem intensamente cada momento, como se não houvesse amanhã…
Nasceu em Belém, foi criado na Ilha de Marajó e depois de sofrer todo tipo de violência ao declarar sua homossexualidade, aos 19 anos mudou para o Rio de Janeiro. Corria o ano de 1982; nunca mais viu seus pais pessoalmente. Psicólogo de formação (“queria entender a hipocrisia humana”), doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, dois pós-doutorados no currículo e um terceiro em andamento, Milton Reis Cunha Jr. mescla conhecimento real a falas perfeitamente contextualizadas – às vezes, espalhafatosas, é verdade – para defender seus conceitos.
