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arte & cultura

Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) apresenta a primeira exposição temporária no âmbito do programa “Um olhar pela fechadura” que tem o objetivo de partilhar com seu público sua requalificação física e conceitual. A exposição Breu, sob a curadoria de Aldones Nino, é a primeira individual de Vicente de Mello na Instituição, reabrindo temporariamente a Galeria de Moldagens 2 no dia 12 de setembro (sexta-feira). A exposição oferece uma experiência singular, combinando fotografia contemporânea e patrimônio histórico.

Na mostra, o público terá contato com oito fotografias inéditas das esculturas, capturadas na histórica Galeria quando se encontravam recobertas por tecido de proteção e que agora serão exibidas ao lado de moldagens recentemente restauradas, estabelecendo um diálogo entre o passado e o presente. As imagens, editadas digitalmente com efeito de “negativo”, exploram a velatura de monumentos e estátuas — um “efeito ótico”, que desconstrói as formas originais e cria uma atmosfera etérea e fantasmática.

Segundo o curador Aldones Nino, “o envelopamento das moldagens confere uma nova percepção e aparência ao objeto, envolvendo efeito fantasmático e sedutor, de certa aparência irreal”.  As fotos de Vicente de Mello propõem uma reflexão sobre desaparecimento, invisibilidade e ressignificação de símbolos escultóricos, enquanto celebram a riqueza do processo de restauração do acervo do MNBA.

A simbologia das moldagens e a interferência de temporalidade efêmera de cobri-las para protege-las, provoca uma ação desestruturante das formas originais, ressignificando esses elementos, como ideia de monumento temporário.  Breu reconfigura a observação das obras, com efeito fantasmático e sedutor, de certa aparência etérea e irreal, de   desaparecimento e invisibilidade“, diz o artista.

As moldagens são cópias em gesso produzidas a partir de esculturas originais de museus europeus e representam um legado histórico do ensino artístico no Brasil.

A série de Vicente de Mello se destaca por criar um diálogo poético entre escultura e fotografia, transformando o gesto técnico da fotografia em metáfora visual. As esculturas veladas pelos tecidos protetores ganham presenças suspensas, formas atenuadas que habitam uma zona entre o visível e o oculto, provocando o olhar do visitante e ativando a imaginação. Em vez de reforçar a mimese tradicional, as imagens propõem novos modos de ver, convertendo história e técnica em experiência sensorial contemporânea.

O significado da palavra breu sempre me soou como um momento no espaço anterior ao Fiat lux, em que a ausência de luz permite que na escuridão, pequenas penumbras, pequenos volumes, pequenas chamas possam aparecer minimamente envolvidas por essa neblina, como um pó que flutua, em que se pode passar por ela e sentir a “forma” da escuridão“, afirma Vicente.

Sobre o artista 

Vicente de Mello, carioca, nascido em 1967, é uma das vozes centrais da fotografia brasileira contemporânea, com reconhecimento internacional. Desde 1992, constrói um universo visual lúdico que desmonta e reconfigura, transitando da topografia imaginada à metafísica da luz.

Entre suas exposições individuais recentes destacam-se:

  • Encanto, curadoria Aldones Nino e Yago Toscano (Casa del Concejo, Arévalo, Espanha, 2025)
  • Monolux, curadoria Eucanãa Ferraz (MAM RJ, 2018; SESC Niterói, 2022)
  • Toda Noite, panorama de 30 anos de obra (Farol Santander, Porto Alegre, 2022; CCJF, RJ, 2023-24)

Prêmios: APCA 2007 – Melhor Exposição de Fotografia do Ano; Prêmio CCBB Contemporâneo 2015.

Livros: Áspera Imagem (Aeroplano, 2006) e Parallaxis (Cosac Naify, 2014).

Coleções: MAM RJ, MASP, MAR RJ, Fondation Cartier, Maison Européenne de la Photographie, Itaú Cultural, The Museum of Fine Arts Houston, entre outros.

Serviço 

Exposição: Breu, do fotógrafo Vicente de Mello
Local: Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, Galeria de Moldagens 2

Av. Rio Branco, 199 – Centro – Rio de Janeiro

Visitação: 12 de setembro de 2025 a 16 de janeiro de 2026
Horário: Segunda a sexta-feira, 13h às 17h (Última entrada às 16h30)
Entrada: gratuita, por ordem de chegada
Classificação: Livre
Patrocínio: Banco Itaú, via Lei de Incentivo à Cultura


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