Encontro entre músicos da favela reúne talento, representatividade e transformação social na sede da OMA
Nos próximos dias 5 e 6 de agosto, a Orquestra Maré do Amanhã recebe uma masterclass exclusiva com o violinista Nathan Amaral, nascido e criado na favela da Mangueira e atualmente radicado na Alemanha. O encontro acontecerá na sede da OMA, no Complexo da Maré, reunindo jovens músicos da orquestra para uma troca de experiências marcada pelo talento, superação e pelo poder transformador da música.
A atividade integra a programação dos 15 anos da Orquestra Maré do Amanhã, celebrados em 2025 com uma série de ações que reforçam seu compromisso com a educação, a cultura e a cidadania. Criada em um dos territórios mais vulneráveis do Rio de Janeiro, a OMA já impactou diretamente mais de 17 mil crianças e jovens por meio do ensino gratuito de música clássica.
“A história do Nathan é profundamente inspiradora porque mostra que, mesmo nas condições mais adversas, é possível alcançar excelência. Ele vem de uma realidade parecida com a dos nossos alunos e hoje toca com um violino Stradivarius. Esse encontro é mais do que uma aula: é uma reafirmação de que o talento pode florescer em qualquer lugar”, afirma Carlos Eduardo Prazeres, idealizador e diretor da Orquestra Maré do Amanhã.
Filho da Mangueira, Nathan iniciou os estudos de violino aos 12 anos em um projeto social voltado para crianças expostas à violência e ao tráfico. Foi o único da sua turma a seguir carreira na música. Anos depois, criou seu próprio festival para apoiar jovens músicos de origens periféricas e afrodescendentes no Brasil, conquistando o reconhecimento internacional. Com formação no prestigiado New England Conservatory, em Boston. Aos 30 anos, Nathan reside em Berlim, e já se apresentou na sala da Filarmônica local, no Wigmore Hall, em Londres, e na Grande Sala do Mozarteum austríaco, entre outros.
Durante a masterclass na OMA, Nathan compartilhará sua trajetória com os integrantes da camerata recém renovada. A atividade inclui uma aula prática de violino, conversa aberta com os alunos e um ensaio conjunto.
O evento reforça a missão da Orquestra Maré do Amanhã de democratizar o acesso à cultura e à educação musical, transformando vidas por meio da arte. Em 2025, a OMA mantém atuação em 30 escolas públicas da Maré, dois núcleos na Amazônia e oferece uma estrutura completa com sede própria, atendimento psicológico, fisioterapia especializada, ensino de inglês, intercâmbios internacionais e 44 empregos diretos gerados.
A Orquestra Maré do Amanhã tem como patrocinadora master e mantenedora a Galp. Também patrocinam a OMA: State Grid. Google, Dasa, Assim Saúde, Parnaíba Transmissora de Energia, Teles Pires Transmission, BMTE, JSL, Prefeitura do Rio de Janeiro.
SOBRE A ORQUESTRA MARÉ DO AMANHÃ
Em 2025, a Orquestra Maré do Amanhã celebra 15 anos de uma trajetória marcada pela arte, educação e transformação social. Criada no Complexo da Maré, um dos maiores e mais violentos conjuntos de favelas do Rio de Janeiro, a iniciativa democratiza o acesso ao ensino de música, oferecendo uma oportunidade concreta de futuro para milhares de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Até hoje, mais de 17 mil pessoas foram impactadas diretamente pela OMA. O projeto nasceu de uma tragédia pessoal. O jornalista Carlos Eduardo Prazeres criou a orquestra após o seu pai, o maestro Armando Prazeres, ter sido sequestrado e brutalmente assassinado no Rio de Janeiro, em 1999. As investigações policiais apontaram que o crime foi cometido por um morador da Maré. Em vez de reagir com revolta, Carlos Eduardo escolheu a música como resposta.
Com atuação em 30 escolas públicas da Maré e uma sede própria desde 2018, a Orquestra mantém hoje oito núcleos artísticos, incluindo a premiada Camerata Jovem (eleita Melhor Orquestra do Brasil em 2019 e 2021 pelo Prêmio Profissionais da Música), além de duas orquestras mirins, grupos intermediários e avançados, corais infantis e juvenis, e um núcleo de musicalização infantil. O projeto se expandiu ainda para o Norte do país, com dois núcleos ativos em Porto Trombetas, distrito de Oriximiná (PA), onde ensina música em comunidades ribeirinhas e quilombolas.
Em 2024, a Orquestra beneficiou diretamente 4.407 crianças e jovens, sendo 85% pretos e pardos. A faixa etária predominante é de 4 a 7 anos, refletindo a aposta na educação musical desde a infância. Ao considerar os efeitos sobre os agregados familiares, o impacto indireto alcançou no ano passado mais de 12 mil pessoas, em uma comunidade com 140 mil moradores.
