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Rio de Janeiro / Saúde

Perioperatório: conjunto de ações padronizadas norteiam a jornada do paciente cirúrgico, para que tudo aconteça da melhor forma possível

Você já ouviu falar em perioperatório? Esse é um termo da Medicina que abrange desde o momento em que o cirurgião indica uma cirurgia ao paciente, até o retorno dele às atividades normais. E para que o resultado cirúrgico seja alcançado, é necessária muita atenção em todas as etapas desse processo.

“Quando se fala em cuidado perioperatório, estamos discutindo sobre um conjunto de ações padronizadas e devidamente estudadas para que a jornada do paciente cirúrgico seja a melhor possível, com a menor taxa de complicações, recuperação e altas precoces, assim como o retorno para suas atividades”, diz o cirurgião geral e oncológico, Guilherme Ravanini.

Dr. Guilherme Ravanini e equipe médica, durante cirurgia

O Dr. Guilherme Ravanini (à esquerda):

“No período pré-operatório, a primeira consulta é onde médico e paciente devem desenvolver uma relação de confiança e empatia”

De acordo com ele, no período pré-operatório, a primeira consulta tem enorme importância. É onde médico e paciente devem desenvolver uma relação de confiança e empatia. A consulta não deve ter pressa para acabar e todas as dúvidas do paciente e dos familiares devem ser ali esclarecidas”.

Preparo cirúrgico 

O médico também explica que o risco cirúrgico tem início na consulta com o cirurgião e muitas vezes será finalizado pelo cardiologista e/ou outros especialistas, que podem solicitar ou não novos exames. “Outros profissionais podem – e muitas vezes devem – participar do preparo cirúrgico: psicólogos, clínicos, oncologistas, radioterapeutas e radiologistas”.

O jejum é outro item importante no pré-operatório. Segundo o cirurgião, ficar um longo período sem comer pode desencadear uma reação inflamatória antes mesmo da cirurgia. “Hoje sabemos que o jejum pode ser de 6 horas para sólidos leves e 2 horas para líquidos claros. Essa medida diminui efeitos adversos no pós-operatório, como náuseas, vômitos, acelera a aceitação da dieta e movimentos intestinais”.

Quanto à higiene, o paciente pode ser orientado a usar sabonetes antissépticos logo antes da cirurgia. Os pelos do local operado devem ser retirados no momento da cirurgia com material adequado. “Essas medidas, acrescida ao uso de antibióticos profiláticos, visa diminuir a chance de infecção de feridas”.

Pós-operatório 

De acordo com o doutor Guilherme Ravanini, nessa etapa os pacientes são orientados sobre quando e como levantar, assim como a dieta que vão receber. “Essas orientações variam de acordo com o paciente, diagnóstico, comorbidades e cirurgia realizada. Mas, idealmente, a dieta oral deve ser introduzida o mais precocemente possível e a hidratação venosa suspensa o quanto antes”. Assim, segundo ele, o paciente recupera suas funções fisiológicas e diminui a chance de complicações.

No pós-operatório, “o paciente vai para casa com uma lista de deveres”, segundo o médico. Os cuidados, porém, não terminam na alta médica. “O paciente vai para casa com uma lista de deveres. Os mais importantes são seguir as orientações nutricionais, como trocar curativos e drenos, movimentos e atividades permitidas ou não. Após isso, geralmente de 7 a 15 dias após a alta, deve haver uma consulta de revisão. Neste dia será checada a evolução geral e da ferida”, finaliza.