A Prefeitura do Rio apresentou, nesta semana, o Plano Verão 22/23 com as principais ações preventivas adotadas para minimizar os impactos das chuvas na cidade, elaboradas por mais de 30 órgãos municipais, secretarias e subprefeituras. O conjunto de 235 obras totalizam o investimento de R$ 1,2 bilhão em obras, como contenção de encostas, dragagem de rios e limpeza de ralos.
Em 2021, o orçamento elaborado na gestão anterior previu, por exemplo, apenas o gasto de R$ 6 mil em obras da Geo-Rio e R$ 400 mil em ações da Rio-Águas. Após ter saneada suas contas e readquirir a capacidade de investimentos, em 2022, a Prefeitura destinou R$ 150 milhões para a Geo-Rio e R$ 40,3 milhões para a Rio Águas.
“Esse plano é um conjunto de intervenções que procuram resolver problemas estruturais da cidade, um esforço para minimizar os impactos das chuvas mais fortes. É um trabalho que tem que ser permanente. Nossa maior preocupação é preservar vidas. Estamos batendo o recorde, dos últimos 10 anos, de investimentos em limpeza de ralos e desassoreamento de rios. No total, vamos investir R$ 1,2 bilhão em 235 obras espalhadas pela cidad” afirmou o prefeito Eduardo Paes.
Das 235 obras de risco hidrológicos e geológicos, 112 ocorrem em bairros da Zona Oeste (49,15% do total), 81 na Zona Norte (35,04%), 31 na Zona Sul (14,95%) e 11 (0,85%) no Centro. O mapa com todas as obras está disponível no site do Escritório de Dados da Prefeitura do Rio.
Do total de obras, 102 estarão concluídas até dezembro e contribuirão para a recuperação de encostas e desobstrução de canaletas de drenagem em morros e importantes avenidas da cidade, como na Rocinha, no Santa Marta, na Avenida Niemeyer e na Estrada Grajaú-Jacarepaguá, além de reduzir alagamentos e eliminar pontos críticos de drenagem, como no Jardim Maravilha, em Guaratiba, na Comunidade do Rollas, em Santa Cruz, e em Vila Ieda, em Campo Grande.
Atualmente, a Geo-Rio atua em 49 obras de recuperação de encostas na cidade, que, juntas, somam mais de R$ 96 milhões. Os serviços podem ser observados em diferentes pontos do Rio, como no Parque da Catacumba, na Lagoa, Zona Sul, e na Rua Marechal Aguiar, em Benfica, Zona Norte. Só este ano, 30 obras foram entregues, entre elas no Solar da Montanha, em Jacarepaguá, na Rua Monte do Amor Sagrado, na Pavuna, e na Rua Dioneia, na Rocinha.
“emos, neste momento, um investimento recorde em obras de contenção. São 103 comunidades na cidade mapeadas pela Prefeitura com alto risco geológico. Mas quero reiterar um apelo para quem mora em comunidades que, quando tocar uma sirene da Defesa Civil, não pague para ver, não espere ter um deslizamento porque depois a gente não vai recuperar as vidas perdidas. Respeite as sirenes e vá para uma área segura “, disse o prefeito.
A Prefeitura ainda investirá outros R$ 121 milhões em 27 contratos de manutenção referentes à limpeza, ao desassoreamento e à manutenção de rios como o Acari, o Ita (Santa Cruz) e o Campinho (Campo Grande), entre outros. Incluem ainda os serviços de limpeza, conservação e reparo de galerias pluviais. E a recuperação estrutural e a limpeza de canaletas de drenagem em encostas, além de manutenção e operação dos reservatórios da Grande Tijuca, que podem reservar 118 milhões de litros de água da chuva e dos rios da região.
Do total, estão sendo recuperados, até dezembro, 12 canais da cidade, com requalificação de muros laterais, dos quais nove já foram concluídos. Entre os rios que receberam obras estão: Maracanã, Grande, Rio do A e Marinho. Também foi feita a recuperação da canalização de outros cursos d’água, como o Rio Carioca, no Cosme Velho, e o Rio Passarinho, em Curicica.
Por meio de contratos de manutenção de canais, as equipes da Fundação Rio-Águas atuam o ano inteiro nos rios, limpando, desobstruindo e desassoreando cursos d’água. Só em 2022, foram retiradas mais de 235 mil toneladas de materiais assoreados dos canais, que representam mais de 19.500 caminhões basculantes cheios.
Obras importantes de drenagem
A Prefeitura do Rio concluiu as obras de drenagem da Estrada da Pedra, em Guaratiba. A importante via da Zona Oeste recebeu drenagem pluvial ao longo 4,1 mil metros quadrados. Além disso, ganhou pavimentação e as calçadas e meio-fio foram reconstruídos. Na Zona Sul, a pista sentido Rebouças da Avenida Borges de Medeiros, na altura do Parque dos Patins, foi liberada. O trecho está recebendo obras de drenagem, que serão concluídas em janeiro. O estacionamento do Parque dos Patins continuará funcionando como rota de desvio no sentido Rebouças. As equipes da Secretaria de Infraestrutura, agora, avançam na obra na pista sentido Gávea, também na altura do Parque dos Patins. O trecho seguirá interditado.
Outra importante via que está prestes a ser liberada é a Rua Alexandre Calaza, em Vila Isabel, na Zona Norte. Ao todo, 6,1 mil metros quadrados de galerias de águas pluviais estão sendo recuperados. A previsão é que a obra seja concluída até o fim de novembro. As estradas do Cafundá e do Catonho, na Taquara, também vão receber, em breve, obras de drenagem para eliminação de ponto crítico de alagamento.
Coordenado pelo Centro de Operações Rio (COR), o planejamento estratégico é composto por dez frentes de trabalho. Entre elas, estão a realização de simulados de evacuação em áreas vulneráveis para deslizamentos e alagamentos e treinamentos de interdição de vias suscetíveis aos efeitos das chuvas, como o Alto da Boa Vista, a estrada da Grota Funda, a Estrada Grajaú-Jacarepaguá, a Avenida Niemeyer, a Avenida Estado da Guanabara e a Praça da Bandeira. Também integram o planejamento estratégico, os protocolos de atendimento à população vulnerável e os planos de contingência em saúde para desastres naturais e arboviroses, principalmente dengue, chikungunya e zica.
Operação Ralo Limpo já retirou 42 toneladas de resíduos das ruas
Outra frente do Plano Verão é a Operação Ralo Limpo, que já retirou 42 toneladas de resíduos e desobstruiu mais de quatro mil ralos em mais de 300 pontos de alagamentos e bolsões de água em todas as regiões da cidade. A ação, iniciada em julho, foi feita com base no mapeamento das vias com ocorrência de alagamento realizado pelo COR, Rio-Águas e subprefeituras. O trabalho, que envolveu profissionais da Comlurb e da Secretaria de Conservação, é imprescindível para acelerar o escoamento depois das chuvas, reduzindo alagamentos.
Além das intervenções urbanas, a Prefeitura também investiu na comunicação com alunos da rede municipal de ensino, por meio do projeto Para Saber de COR, parceria da Secretaria Municipal de Educação, Defesa Civil e do COR. Na ação, os estudantes assistem a aulas gravadas com temas relacionados à prevenção e à percepção de riscos das chuvas. Diretores de escolas municipais localizadas próximas a áreas de risco para deslizamentos e alagamentos também participam de um treinamento sobre como agir em cenários de fortes chuvas. Os educadores conheceram o trabalho de monitoramento da cidade, receberam informações sobre os cinco estágios operacionais do município, os sistemas de alerta e o acionamento dos pontos de apoio da Defesa Civil. O objetivo é que os educadores multipliquem para a comunidade escolar as informações recebidas.
O Centro de Operações Rio (COR) orienta que os moradores sigam as redes sociais do COR e baixem o aplicativo COR.Rio para que tenham, nos momentos mais críticos, notícias em tempo real sobre ocorrências relacionadas às chuvas.
Mais garis nas ruas
A Comlurb aumentará o efetivo de garis e realizará um terceiro turno de limpeza nas praias, além de reforço nas campanhas de conscientização, entre outras ações, durante o verão. A companhia faz a limpeza preventiva das caixas de ralos durante todo o ano, preparando a cidade para as chuvas de verão.
A Comlurb fará campanhas educativas para destacar a importância da colaboração da população no descarte correto do lixo domiciliar. Em caso de chuvas fortes, a orientação é para que a população aguarde o término das chuvas para colocar seus resíduos nos pontos de coleta do caminhão.
Monitoramento ininterrupto
O Centro de Operações Rio (COR) monitora a cidade do Rio 24 horas por dia, sete dias por semana. O Alerta Rio, que funciona no prédio do COR, possui técnicos e meteorologistas que acompanham as condições do tempo 24h. Ou seja, além da previsão, há a observação em tempo real, com o auxílio dos radares. Esse trabalho é imprescindível, principalmente nesta época do ano (primavera/verão), quando as chuvas são mais intensas e algumas vezes de difícil previsão a longo prazo.
Por meio do Sistema Alerta Rio são emitidos dados de chuvas fortes em tempo real, além de alertas de probabilidade de escorregamento e deslizamento de terra. A tecnologia facilita a atuação preventiva das equipes nos pontos de risco, inclusive com protocolos de interdição em vias urbanas. Esse trabalho é feito em parceria da Geo-Rio com o COR, por meio de uma rede pluviométrica de 33 estações.
O COR trabalha ainda com sensores inteligentes que indicam a necessidade do fechamento de ruas devido a alagamentos. Outro importante aliado é o Sistema Alarme Sonoro, operado pela Defesa Civil. Ele é composto por 164 estações sonoras (sirenes), instaladas nas 103 comunidades mapeadas com áreas de alto risco geológico, sendo 82 delas com pluviômetros automáticos.
Foto:Divulgação