PUBLICIDADE

Rio de Janeiro / Saúde

A importância do exame preventivo

 

Foto: divulgação

 

Por: Dra. Ana Carolina Ceresani, médica ginecologista 

O exame preventivo na mulher é chamado de colpocitologia oncótica , mais comumente conhecido como papanicolau. Este exame, de fácil acesso para a população, nos ajuda a identificar possíveis lesões no colo do útero, podendo ser de baixo ou alto grau. É a primeira triagem para prevenção do câncer de colo do útero . O câncer do colo do útero ocupa o sétimo lugar no ranking mundial, sendo o quarto tipo mais comum na população feminina. Estimam-se 16.370 casos novos de câncer do colo do útero para cada ano do biênio 2018–2019, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres, ocupando a terceira posição no Brasil. 

A partir do início da vida sexual da mulher, o papanicolau deve ser realizado anualmente. Neste rastreio, podemos pela sua classificação identificar se existe alguma lesão suspeita. Caso isso ocorra o exame deve ser repetido em 6 meses. Ele também pode indicar, dependendo do resultado , um exame mais completo chamado colposcopia  com biópsia guiada,  curetagem endocervical e até mesmo conização diagnóstica 

A colpocitologia é considerada um teste efetivo para detectar lesões pré-cancerosas de alto grau ou câncer e menos efetivo para lesões de baixo grau. É um método considerado como exame de triagem que nos encaminhará para elucidação diagnóstica no futuro se for necessário. 

O Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (American College of Obstetricians and Gynecologists [ACOG]), ao avaliar métodos de rastreios oncológicos, mostrou que a sensibilidade da citologia convencional é de 51% e que a citologia em meio líquido (monocamada) pode aumentar a sensibilidade para mais de 60%. 

A citologia em meio líquido evita a perda de células do esfregaço cervicovaginal e melhora a qualidade da amostra citológica, mas com um custo mais elevado. Apresenta algumas vantagens sobre a citologia convencional como por exemplo a alta detecção de lesões de alto e baixo grau , diminui a limitação por sangue ou processos inflamatórios e pode ajudar na descoberta do HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis .

Pacientes que não iniciaram a vida sexual não é necessário fazer exame preventivo. Uma vez que a grande maioria do câncer do colo do útero tem como agente causal certos tipos do papiloma vírus humano (HPV), um vírus de transmissão preferencialmente sexual, que infecta a célula e pode resultar em lesões pré-cancerosas até o câncer invasivo

O câncer do colo do útero é uma doença prevenível. A prevenção primária através da vacina contra o HPV já é uma realidade no país, disponível no Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde desde 2014, para meninas de 9 a 13 anos de idade, inicialmente com três doses, e agora, nessa mesma faixa etária, somente duas doses. Além da orientação do uso de preservativo de forma correta e consistente, é importante ressaltar que a aplicação da vacina não exclui a necessidade de rastreamento.

Concernente ao rastreamento, a realização periódica da colpocitologia continua sendo a estratégia mais amplamente adotada para o rastreamento do câncer do colo do útero. Atingir alta cobertura da população definida como alvo é o componente mais importante no âmbito da atenção básica, para que se obtenha significativa redução da incidência e da mortalidade por câncer do colo do útero.

No sistema único de saúde (SUS) o rastreio pode ser feito na unidade básica de saúde mais próxima da sua casa, sem consulta prévia e sem necessidade de pedido de exame médico . Ele fica pronto em aproximadamente 40 dias e você pode programar a visita ao seu médico de família ou ginecologista nesse período que aguarda o resultado. Outras clínicas particulares podem oferecer o resultado em sete dias ou até menos dependendo do método. 

O importante é nunca deixar seu exame preventivo passar de um ano, com acompanhamento ginecológico adequado, elucidando suas dúvidas e mantendo sua saúde ginecológica em dia.

 

Consulte sempre um médico!